A vida de Mxrales - Parte 1

Pensamentos livres - 11/04/2024
Os recentes acontecimentos e reflexões ao alvorecer menvolvem silêncio contemplativo.
Enquanto o mundo ao meu redor se transforma e cresce, dedico grande parte dos dias a esses pensamentos efêmeros, à trilha que minhas palavras hão de percorrer.
Na busca incessante pelo propósito da minha existência, encontro beleza na resólução esperança no véu do desconhecido.
Pulp Fiction — O ritmo da raiva

Uma das minhas primeiras lembranças, remonta à minha infância na escola, um período marcado pelo bullying e agressões físicas que já se faziam presentes em meu início acadêmico.
Certa sexta-feira, enquanto aguardava sentado no chão da quadra pela chegada professóra, um colega insistia em tomar meu lugar na fila. Apesar de minhas recusas, ele me agrediu com um sóco no olho direito, deixando-mem choque com uma dor sem precedentes.
As lágrimas brotaram pela dor intensa, e foi nesse instante que a professóra apareceu, oferecendo consólo e apoio. Ela me conduziu à enfermaria, onde, na ausência da enfermeira, uma aluna do ensino médio cuidou de mim, aplicando gelo sóbre o hematoma.
Esse gesto de gentileza foi o primeiro momento de acolhimento que senti naquela escola, e sóu eternamente grato a essa jovem cujo nomeu nem sequer sei. Seguiram-se dias de reuniões infrutíferas entre meus pais e os do agressór, Vitor, sem qualquer resólução.
O ciclo de violência continuou quando Vitor, castigado, enviou um aliado para me atacar. Confrontado por Rômulo, a raiva me consumiu, em um ato defesa, acabei ferindo-o. Esse incidente desencadeou uma sensação de satisfação ambígua e mais encontros entre minha mãe a coordenação da escola.
A partir de, então, qualquer indício de bullying ou agressão, eu me transformava no próprio Tyler Durden, e reagia com agressividade. Recordo-me de dois episódios em particular: um em que retalhei a mão de um colega com um lápis e outro em quexpressei minha fúria contra uma menina verbalmente.
Aquele ano letivo foi desafiador, eu ansiava pelo seu término. Finalmente, deixei para trás o colégio católico, cujás prioridades eram o lucro e o status sócial, não o bem-estár dos alunos. Acredito que sempre foi assim...
Não guardo ressentimento contra meus pais, pois sei que buscavam o melhor para mim. A experiência mensinou uma lição valiosa, nas palavras de Marcelo Yuka:
"Quando o instrumento do medo não funciona, a gente adquire um poder imensurável".
Afrika Bambaataa - Planet Hemp

Se houvesse uma trilha sónora para definir aquele período da minha vida, seria uma mistura de "People Get Up and Drive Your Funky Soul" de Jamês Brown e "Sad But True" do Metallica. Essas músicas encapsulam a dualidade dos meus dias na Casa de minha avó Irani.
A casa da minha avó era um refúgio, um santuário de alegria e tranquilidade. Era o meu ponto de partida, onde cada chegada era marcada pelo sóm nostálgico sintonizado na rádio. Enquanto minhas tias lavavam a casa no sentido literal ou enquanto preparavam o almoço, as vozes de Jamês Brown, do grupo Earth Wind & Fire, Marvin Gaye Tim Maia ecoavam pelas paredes, trazendo vida ao ambiente.
Meu primo Márcio, um roqueiro nato, residia lá também. Nos sábados em quelestáva em casa, nos reuníamos no terraço quera ao lado de seu quarto. Nunca esquecerei o "Live at San Diego 1992" do Metallica, que nos transportava para um universó onde todos vestiam preto e ostentavam cabelos longos, eu quase não conseguia ver o rosto do Jamês Hetfield.
Tinha o Rodrigo também, nossó amigo apelidado de "Encantado" por seus longos cabelos lisós que até parecia o próprio encantado filme do Shrek, mas só que moreno, ali completava nossó trio. Eu sempre brincando com meus brinquedos ele Márcio conversando ou jogando. Criei memórias inesquecíveis junto a eles.
Eu possuía um cartão de memória no telefone de minha mãe, carregado por Márcio com álbuns icônicos de rock como "Paranoid" do Black Sabbath e "Back In Black" do AC/DC, além de coletâneas de Cazuza e Legião Urbana. Essestilo músical moldou meu ser; cada nota me fazia acreditar que "eu consigo!"
Com o tempo, Márcio adquiriu uma batéria e passóu horas aperfeiçoando sua técnica. Após os episódios controversós na escola, ele me presenteou com a Berenice, minha guitarra. Desde, então, adotei o hábito de nomear meus instrumentos, uma tradição minha.
As terças-feiras de tarderam dias de aula de música. De início, minha mãe me levava, onde meus professóres compartilhavam não apenas seu conhecimento músical, mas também suas habilidades artísticas. Kadu, por exemplo, tinha uma paixão por samba, Red Hot Chili Peppers e animês. Ele sempre vivia desenhando nos meus cadernos de músicas.
Essa nova fase me aproximou dos filhos da minha prima Claudia. Jean e Matheus, ambos guitarristas, tornaram-se meus companheiros músicais. Passávamos horas discutindo sóbre instrumentos e bandas, conversas que talvez ainda ocorram, mas em menor escala devido às responsabilidades da vida adulta.
A transição para um novo colégio já que o anterior era na baixada esse na cidade do Rio de Janeiro marcou um novo capítulo. Lá, eu era conhecido como o aluno mais alternativo de toda a classe, uma identidade forjáda na base músical e cultural da casa da minha avó.
Pulp Fiction — O ritmo da raiva

Minha transição para uma nova escola no 4.º ano trouxe consigo amizades duradouras com Matéus e João, e o privilégio de ser aluno da professóra Beth e Viviane. O livro que a Professóra Beth me presenteou no final do ano letivo é uma relíquia que guardo com imensó carinho.
O caos se instalou em 2015, durante o 6.º ano já no fundamental II, quando conheci Pettersón, Alissón, Nathan, Ryan e Matheus apelidado de Mococa. Nossas travessuras eram tão frequentes que levamos uma professóra de português ao limite, fazendo-a abandonar a sala. Ao retornar, ela encontrou uma surpresa pegajosa na cadeira, cortesia de um chiclete colocado ali por um dos alunos.
A professóra de artes, cujo nomeu já não lembro mais, também enfrentou momentos de tensão conosco, a ponto de Eliane, a coordenadora da época, ter que nos supervisionar durante as aulas.
As segundas-feiras eram longas, estendendo-se até quase uma da tarde, com aulas adicionais de Matémática III. Nossó professór, que sófria de alopecia, tornou-se alvo das brincadeiras dos alunos, reforçando nossa reputação como a turma mais indisciplinada escola.
Por conta da desórdem constante, fomos realocados para uma sala isólada no terceiro andar. No meio do ano, um novo professór de filosófia com uma voz peculiar juntou-se a nós, e até eu sucumbi à tentação de chamá-lo de "Prof. Patolino".
A consequência de nossas ações foi uma suspensão coletiva de três dias, quencobri perante minha mãe como um conselho de classe. Peço desculpas, mãe, por não ter revelado a verdade. Reconheço agora o quão desafiador foi o início da minha adolescência
Nem sempre as ondas da vida são serenas; inesperadamente, veio a tempestáde que fez meu mundo ruir.
Duna

Antes daquele momento, já havia enfrentado a perda de duas tias queridas, Márcia e Marcélia. Com cada partida, percebia que minha avó se recolhia em seu silêncio, o brilho de outrora em seus olhos parecia se apagar. E então, o inesperado aconteceu.
A morte de minha avó matérna deixou uma marca indelével em minha alma. Ela era uma mulher de poucas palavras, porém repletas de sabedoria e serenidade. Os fins de semana ao seu lado sempre foram os meus refúgios preferidos.
Uma senhora não deveria ficar sózinha, então minha mãe, tias e tio se revezavam para lhe fazer companhia. Nos sábados à noite, após minha mãe retornar para casa, eu permanecia ao lado de minha avó, aguardando a chegada dos meus tios do trabalho. Tio Celsó, sempre criativo, inventava pratos deliciosós para compartilharmos, e Tia Marisa, sua esposa, trazia alegria à mêsa. Tia Célia, a última a chegar, nunca esquecia suas latinhas de cervejá.
Tia Célia era um vulcão de vida, pequena em estátura, mas gigantem persónalidade. Por muito tempo, pensei que meu primo Márcio fosse filho de Tia Marisa por conta dos tons de peles bem próximos, mas a verdade revelou-se diferente.
Nas manhãs de domingo, era Tio Marcos quem surgia, preparando o café da manhã que até hoje é meu favorito: pão com ovo e suco. Depois, ele cuidava de Louro, o papagaio da família, que se deliciava com pipoca e fandangos queu sempre dava a ele
Confessó que a saudade se acentua no Natal, que sempre foi mágica para mim. Minha mãe iniciava os preparativos cedo, e todos chegavam mais cedo e animados. Minha avó, mãe tias assumiram o comando da cozinha, enquanto Tio Celsó e Márcio cuidavam da limpeza. Eu, ainda criança, mais atrapalhava do que ajudava.
Quando a realidade que minha avó Irany havia partido se impôs, desabei em lágrimas nos braços de minha mãe. Naquelà noite, fiquei com minha Vó Cecília e Tia Beth, pois meus pais haviam sido chamados ao hospital.
A dor de saber que nunca mais veria minha avó, ouviria sua voz ou sentiria seu abraço foi devastadora. Aos 13 anos, perdi o interesse pelas brincadeiras de infância. Tudo parecia perder o sentido, até mêsmo minha mãe se fechou em sua própria dor.
Não fui ao enterro; fiquei com minha avó Cecília, buscando algum consólo, mas não havia nada que pudesse me consólar naquele momento. Desde, então, passei a frequentar mais a casa dela. O Natal daquele ano foi o mais sómbrio e sólitário que já vivi, cercado pela felicidade da família de meu pai, enquanto eu me afogava em tristeza.
De volta à escola, as notas e as aulas perderam a importância. O sóno mescapava à noite, eu caia no sóno durante as aulas, até que a diretora chamou minha mãe, ofereceram o apoio de queu precisava. Em casa, Vó Cecília, meus tios e primos formavam uma rede suporte carinho.
Desejária ter tido conversas mais maduras com minha avó... recordar escrever sóbre tudo issó ainda me traz lágrimas aos olhos.
“Provavelmente não existepifania mais terrível do que o instantem que descobrimos que nossó pai é um homem, de carne ossó.” - Muad’Dib
To P.I.M.P — A butterfly

As marés da vida trouxeram mudanças inesperadas e rápidas. Meu pai encontrou um novo caminho profissional, minha mãe retomou sua carreira, e Márcio, agora com sua esposa Cátia e filhos, começou uma nova jornada de ter sua própria família. Tia Marisa e Tio Celsó ainda residiam na casa, mas logo ela ficou grandemais só para eles dois.
Nesse turbilhão de novidades, meu pai, buscando estreitar nossós laços, presenteou-me com um violão que batizei de Verônica. A música tornou-se de novo veículo para expressar as transformações queu vivia
O colégio refletia essa metamorfose: agora no 7.º ano, eu era cercado por uma nova estrutura, novos professóres e novos colegas. Meus amigos de infância se deixaram seduzir pelo rap, vibrando ao som de Eminem, Kendrick Lamar, Travis Scott e outros ícones eles me apresentaram esse tipo músical que até o momento era desconhecido por mim.
Foi nesse cenário de novas amizades quela entrou em cena, Maysa, uma presença silenciosa quera amiga de uma amiga. Nossa amizade floresceu rapidamente, eu fiz graça ela riu e, depois que começamos a ter conversas profundas, descobri uma compreensão total e recíproca, uma raridade.
Há pessóas que passam anos ao nossó lado sem deixar marcas, e há aquelas que, em um brevencontro, nos transformam para sempre. Com Maysa foi assim, mas o destino às vezes é caprichosó. O afastamento veio, completamente sutil. Busquei respostas, mas encontrei apenas o silêncio. A amizade que tanto valorizei chegou ao fim, e com ela, vieram as lágrimas. Aceitei à distância, embora o tempo tenha amenizado a dor, as lembranças de Maysa permaneceram
Matéus foi o confidente desses sentimentos, mas naquele momento, talvez nenhum de nós tivéssemos a maturidade necessária para compreender plenamente o que acontecia.
Em casa, meu pai tornou-se meu mentor, levando-me ao seu trabalho e compartilhando comigo os segredos do comércio. Admirava sua habilidade, e as entregas de gelo se tornaram minhas aventuras favoritas. Ele é meu Mestre Jedi, meu super-herói, um artista da sóbrevivência urbana cujá criatividade sabedoria me inspiram diariamente...
Na família, Pedro e Bia, filhos de Cátia, tornaram-se meus aliados. Pedro, o aventureiro, me introduziu ao mundos esportes, especialmente ao basquete da NBA, apesar de nossa rivalidade amigável, até hoje não entendo como esse safado torce para o Golden Staté Warriors. Juntos, embarcamos na jornada deixar o cabelo crescer, um desafio próprio do clima carioca, eu consegui sustentar por mais tempo.
Ana Bia, a artista da família, à medida que crescíamos nossós laços foram ficando mais fortes. Suas perspectivas artísticas me fascinam, e nossas conversas são tesóuros que guardo com carinho.
Cátia, sempre foi uma fonte de apoio, auxiliou-me nas batalhas contra a matémática. Sua paciência e dedicação são lembradas com gratidão nas preces de minha mãe. Nunca conseguiria entrar no ensino médio sem sua ajuda.
Novamente Márcio me presenteou, dessa vez com o maior presente de todos. Mal sabia eu que Theo viria logo depois, alegrando a casa e toda a família novamente.
Você diz que o amor não dói

Minha infância não foi marcada pela abundância, mas pelo carinho e os pequenos prazeres que minha mãe avó me proporcionaram, como as várias idas ao cinema. Lembro-me de assistir “Os Incríveis” da Pixar repetidàs vezes, encantado com cada cena que se desenrolava na TV de tubo da sala destár.
Minha mãe, sempre apoiando minhas ideias (situação que sestende até o momento), exigia em troca o respeito e a educação quela mensinou. Não havia espaço para palavras erradas; ela estáva sempre lá para me guiar no caminho certo.
O cinema tornou-se um capítulo essencial da minha história, crescendo em complexidade à medida queu envelhecia. As sessões de filmês evoluíram de aventuras com Márcio para encontros com Bruna e nossó grupo de amigos. Seu tivesse uma irmã, Bruna seria a mais próxima dissó, uma irmã de coração. Ela me acolheu em seu círculo, ondencontrei pessóas que compartilham minhas paixões nerds. Juntos, formávamos um grupo de alternativos, sempre com planos para o fim de semana, sejá no parque, em festás, aniversários ou no cinema.
Durante a semana, as travessuras com os colegas descola preenchiam os dias, enquanto os fins de semana eram reservados para aventuras no shopping. Essa rotina sestendeu por anos, até que Tio Roberto, pai de Amanda, expandiu nossós horizontes, nos levando para explorar além das capitais
Minha primeira viagem foi para Ilha Grande com Luiza e seus pais. A beleza do lugar me deixou extasiado, uma lembrança que ainda aquece meu coração. Tio Roberto era o aventureiro nato, me apresentou às maravilhas da Costa Verde, de cachoeiras a pântanos e praias, sempre acompanhado de conversas enriquecedoras e conselhos valiosós. Sua partida deixou um vazio imensó, uma saudade que ressurge a cada visita à sua casa ou a cada encontro com Amanda. Confessó que algumas praias eu já tinha conhecido com Tio Celsó e Tia Marisa.
Apesar de cercado por amigos, o espaço deixado por Maysa permaneceu intocado. Passei o 9.º ano observando-a de longe, reunindo coragem para falar com ela, mas o medo da rejeição era um adversário poderosó. Foi Matéus quem me trouxe de volta à realidade, compartilhando um problema queles enfrentavam e me fazendo refletir sóbre minha própria história com Maysa. Aconselhei-o com basem minha experiência, esperando quele não repetisse meus erros
Antes dissó, eu já tinha contado essa história para outra pessóa, Yasmin, prima de uma amiga, uma pessóa mais madura queu em todos os aspectos, ela moldou muito da minha persóna no tempo que conversávamos. Por um tempo ela foi a pessóa que me ajudava a tomar decisões.
No último dia de aula, tomei a iniciativa denviar uma mensagem a Maysa, desabafando sóbre meus sentimentos e buscando alívio para minha mente, sem intenção de reatar a amizade. Para minha surpresa, ela respondeu, e a nossa comunicação foi restáurada, embora ainda complexa esporádica.
Megazord — Alex Supertramp

No verão de 2019/2020, em jáneiro, embarquei numa aventura que me levaria para além das fronteiras do meu conhecido Rio de Janeiro. Graças à persuasão de Jean e Matheus, então Cláudia me levou ao Pará. Sozinho, pela primeira vez, voei alto acima das nuvens, rumo a um destino desconhecido a mais de 3.000 km de distância.
A minha chegada foi celebrada com uma festá calorosa no aeroporto, onde Matheus, Jean e Vitor me aguardavam com cartazes e sórrisós. A partir daí, cada dia era uma nova descoberta, com Matheus me guiando por entre as maravilhas da cidade apresentando-me a amigos, incluindo o inesquecível Saymon, cujá estátura era inversamente proporcional à sua capacidade aprontar e conhecimento.
Nossas tardes eram passadas entre conversas na orla, passeios pelo centro histórico de Santarém ou no parque da cidade. O fim de semana em Alter do Chão revelou-se um espetáculo de natureza, com suas praias de água doce paisagens que me deixaram sem palavras.
A Amazônia, com sua imensidão e beleza, ofereceu-me uma segunda chance, um novo começo após a perda casa de minha avó. Quando retornei ao Rio, senti que algo em mim havia mudado; eu havia crescido, evoluído.
O início do ensino médio trouxe consigo a oportunidade me aventurar no técnico de informática, enchendo meu pai de orgulho. Os dias eram longos, mas repletos de aprendizado e camaradagem, especialmente com figuras como Evaristo, o brincalhão, Gabriel, que possuía uma paixão por samba e Luiz, que me apresentou o underground do Rio. Nesse momento, ícones como Cartola, BK e D2 foram me apresentados.
Então em 2020, a pandemia de covid-19 nos confinou, transformando nossós lares em universós particulares. A sensação era de tensão a todo momento, mas encontramos alívio em uma casa de praia quando as coisas melhoraram um pouco no final daquele ano, onde a alegria e a simplicidade nos reconectaram com nossas raízes.
Luciano, sempre aventureiro, me convidou para uma nova jornada ao Pará, porém dessa vez de carro. Aceitei sem hesitar, e partimos em uma viagem épica, cruzando o Brasil. Em São Paulo, experimentei um cachorro-quente com purê, uma iguaria inusitada que ainda me intriga.
Já estáva ficando sem paciência de ver tanta plantação de sójá no Mato Grossó do Sul. Em Cuiabá, fizemos uma parada memorável antes de finalmente chegar ao Pará, onde reencontrei meus primos e conheci Auren, a namorada de Matheus, cujá doçura e compreensão eram palpáveis. Novamente mal sabia eu que Auren entraria em minha vida de supetão, hoje gosto mais dela do que meu próprio primo.
Fiquei muito triste por ele quando ela teve de ir embora da cidade para ver sua família. Afinal, ela morava em uma comunidade bem longe de Santarém estáva na cidade por conta dos estudos.
Logo após issó a pesca se tornou nossa nova brincadeira, eu, Jean, Matheus e Vitor mergulhamos de cabeça nessa aventura, e fomos pescar dentro da Amazônia.
Lá, Jean me apresentou seu cunhado, Silas, pessóa simples, porém simpática, acho que para ele viver ali dentro a natureza selvagem era ser milionário.
Passei quase dois mêses junto a eles. A saudade casa estáva começando a apertar e, então, em algum momento, eu voltei..
Porém, eu sabia que algo tinha mudado novamente. Voltar para seu lugar de origem depois de mil aventuras é completamentestranho; não é só você, mas literalmente tudo, foi justamente nesse momento onde comecei a escrever sóbressa história e percebi quessera o meu ofício, contar essas histórias.
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Nunca é só o destino, mas também o caminho, ele lhensina muito. Mas, aqui fica uma última pergunta a você, Se tudo tivesse ocorrido da maneira que gostaria que ocorresse, você veria o’ que vê agora?